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Fornecer as ferramentas, não impor a solução

Feitas para Durar, Jill Collins, 2007, Ed Rocco (original 1995)
 
”Acima de tudo, estava a capacidade de criar, criar e criar - sem parar, sem olhar para trás, sem chegar ao fim - a instituição ... Na última análise, a melhor criação de Walt Disney foi a Walt Disney [a empresa].” Richard Schickel, The Disney Version

Imagine que você conhecesse uma pessoa incrível que tivesse a habilidade de olhar para o sol ou para as estrelas a qualquer hora do dia ou da noite e informar a hora e dia exatos: "Hoje é dia 23 de abril de 1401, são 2 horas, 36 minutos e 12 segundos." Esta pessoa seria um incrível relógio ambulante e nós provavelmente a veneraríamos por sua capacidade de informar as horas e o dia. Mas esta pessoa não seria muito mais incrível se, em vez de nos informar as horas e o dia, ela fizesse um relógio que pudesse dizer as horas para sempre, mesmo quando esta pessoa não estivesse mais entre nós?

Ter uma grande ideia ou ser um líder visionário carismático é o mesmo que "dizer as horas", é impor uma solução; criar uma empresa que possa continuar prosperando sem que um determinado líder tenha que estar presente e ao longo dos ciclos de vida de vários produtos é como "fazer um relógio”, dar as ferramentas. O primeiro pilar que sustentou nossas conclusões - e o assunto a ser tratado neste capítulo - mostra como os criadores de empresas visionárias tendem a dar as ferramentas, não impor as soluções.

Seu objetivo principal é erguer uma organização - fazer um relógio que funcione -, em vez de acertar em cheio no mercado com a ideia de um produto visionário e tocar a curva de crescimento do ciclo de vida de um produto atraente. E, em vez de se concentrar em adquirir traços de personalidade de um líder visionário, eles assumem uma abordagem arquitetural e se concentram em definir os traços organizacionais de empresas visionárias. O resultado principal dos seus esforços não é a implantação tangível de uma grande ideia, a expressão de uma personalidade carismática, a gratificação do seu ego ou o acúmulo de riqueza pessoais. Sua maior criação é a própria empresa e aquilo que ela representa.

Chegamos a esta conclusão quando as provas obtidas através de nossas pesquisas mostraram falhas em dois mitos muito defendidos e alimentados que dominaram o pensamento popular e a educação nas faculdades de administração durante muitos anos: o mito da grande ideia e o mito do grande líder e carismático. Numa das conclusões mais fascinantes e importante da nossas pesquisas, descobrimos que criar e erguer uma empresa visionária não requer uma grande ideia nem um grande líder carismático.

Na verdade, descobrimos que grandes ideias introduzidas por líderes carismáticos podem ser negativamente relacionadas com a criação de uma empresa visionária. Estas descobertas surpreendentes nos fizeram ver o sucesso de uma empresa de um ponto de vista totalmente novo e através de um prisma diferente. Elas também têm implicações que libertam gerentes e empresários em geral.
 

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